sábado, 16 de abril de 2011

A Bíblia e as grandes descobertas arqueológicas

 O resultado prático de toda a pesquisa arqueológica realizada nas terras bíblicas pode ser medido por um grande número de descobertas e pela relevância de tais achados para quem estuda a história antiga da região e sua relação com a Bíblia. Na verdade existem centenas de referências arqueológicas importantes que poderiam ser relacionadas aqui. Dezenas de cidades e centenas de objetos arqueológicos foram descobertos e estudados na história moderna. Aqui apresentaremos as principais descobertas dos últimos duzentos anos bem como sua importância para o estudo das Sagradas Escrituras.
1.  Os manuscritos do Mar Morto.  São as cópias mais antigas do AT, mil anos mais antigas do que os disponíveis até então. São centenas de folhas de manuscritos, mas todos eles estão bem preservados em relação ao texto massorético. São datados entre 200 a.C a 100 d.C e foram encontrados em 1947/1948 em 11 cavernas da região de Qumran, no deserto da Judéia. Os manuscritos continham: 1) Cópias integrais ou parciais de todos os livros canônicos do AT (exceto Ester); 2) Comentários das Escrituras; 3) Material dos livros apócrifos e pseudepígrafes do período interbíblico; 4) Manuscritos das regras e doutrina da seita (a espera do Messias, um secular e religioso e a esperança do juízo divino iminente sobre os ímpios; 5) Textos sobre outros assuntos, como o Rolo do Templo e o tesouro oculto descrito no Rolo de Cobre. São guardados e conservados no museu do Livro em Jerusalém, Israel.
2.  O código de Hamurabi.  Trata-se de um código de antigas leis babilônicas que apresenta paralelos com a lei mosaica. È do séc. XVIII a.C.
3.  A Pedra Roseta. Foi encontrada pelo francês Champolion no Egito, foi a chave para decifrar o egípcio antigo com seus hieróglifos.
4.  O calendário de Gezer. Calendário agrícola que traz um dos mais antigos registros do hebraico bíblico; as poucas linhas aparecem na escrita paleo-hebraica.
5.  A epopéia de Gilgamés. Texto acadiano que descreve um paralelo muito próximo do dilúvio bíblico.
6.  O prisma de Senaqueribe. Descreve o cerco assírio de Senaqueribe a Jerusalém em 701 a.C. É datado de 686 a.C e confirma a história da resistência do rei Ezequias narrada na Bíblia.
7.  A inscrição de Mesa. Encontrada por Klein em 1868 (e recuperada por Clermont-Ganneau), fala das principais conquistas de Mesa, rei de Moabe. Conhecida como Pedra Moabita, menciona Onri, rei de Israel, pai de Acabe e, contemporâneo do rei moabita, além de mencionar YHWH, o Deus de Israel.
8.  A inscrição de Siloé (Siloam). Descreve a conclusão do túnel de Ezequias construído na resistência a invasão assíria; é um exemplo importante do hebraico da época. Encontra-se no museu de Istambul.
9.   Estela de Merneptá.  Encontrada no Egito, em Tebas, é a mais antiga menção a Israel da história feita que aparece fora da Bíblia. Data do século XIII a.C (1220 a.C).
10.  Os Papiros do Novo Testamento. Os papiros são dos testemunhos mais antigos do NT e datam dos séculos II e III d.C. Os mais importantes, que levam o nome de seus descobridores ou do local onde foram achados, são: 1) o fragmento John Rylands, encontrado em 1930, chamado p52 (trechos de João 18), de cerca de 130 d.C. 2) Os papiros de Oxirrinco, diversos manuscritos encontrados no Egito em 1898. Datam principalmente do século III d.C. Os papiros Chester Beaty, p45, p46 e p47, contendo a maioria do NT, de cerca de 250 d.C.  4 Os papiros Bodmer, p66, p72 e p75, contendo grande parte do NT, de cerca de 175-225 d.C.
11.  Os pergaminhos do Novo Testamento.  Escritos em couro de ovelha (ou cabra), são os manuscritos Unciais, assim chamados porque foram  escritos com letras maiúsculas. Os códices (cópias completas do NT) mais antigos são o Sinaítico, o Vaticano e o Alexandrino. O Sinaítico foi descoberto em 1844 pelo conde Tischendorf e data da primeira metade do século IV d.C. Já o Vaticano, ainda que conhecido desde 1475, arquivado na Biblioteca do Vaticano, só foi publicado em 1889-1890.
12.   Cafarnaum e sua Sinagoga.  Esse sítio arqueológico à margem noroeste do lago da Galiléia, é destacado no NT (Mt 4.13; 8.5; 11.23; 17.24) em Josefo e no Talmude. As escavações começaram em 1856 e continuaram a partir de 1968. Há uma sinagoga do 2º século d.C, de pedra calcária branca, que tinha um salão com colunas com três portas do lado sul na direção de Jerusalém, galerias superiores e um salão comunitário (ou escola) com colunas no leste. Amostras de cerâmica encontradas no piso de basalto e debaixo dele mostram que essa sinagoga era do 1º século d.C ou antes. A sinagoga mais antiga é seguramente aquela em que Jesus pregou (Mc 1.21), a sinagoga construída para os judeus pelo centurião romano (Lc 7.1-5).
13.  A inscrição de Tel Dan.  Encontrada em 1993 no norte de Israel, a inscrição tem origem na Síria e deve ter sido feita por ordem de Hazael ou de seu filho. Nela aparece a expressão Casa de Davi, referência à dinastia davídiva. É do século 9 a.C
14.  A inscrição de Pilatos. Encontrada nas escavações de Cesaréia arítima em 1961, uma estela com a frase Tibério, Pôncio Pilatos, governador da Judéia, é a prova material do conhecido representante  de Roma que julgou a Jesus.  
Fonte: http://www.davarelohim.com.br/
Pr Marcello Oliveira

Múmias da cidade italiana de Palermo

Palermo, cidade da Sicília, ilha localizada no sul da Itália, possui, além de lindas paisagens, uma particularidade: o monastério dos capuchinhos abriga cerca de 2 mil cadáveres mumificados, preservados, sendo a múmia mais antiga datada de 1599 (do frade Silvestro da Gubbio).

A maioria dos corpos é do século 19. A técnica de mumificação é própria, e aproveita a temperatura fria do lugar e câmaras de calcário. No começo, eram apenas frades e outros sacerdotes ligados ao monastério, mas com o tempo, os religiosos ganharam a companhia da alta sociedade de Palermo.
Hoje, as múmias viraram atração turística. Uma das mais impressionantes é a de uma criança de dois anos, Rosalia, que morreu de pneumonia em 1920 (foto ao lado).

Fonte: National Geographic de Fevereiro de 2008.
Fotos: site da Kimberly King

http://www.viajandaunblog.pop.com.br/


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Fóssil revela como ocorreu evolução do ouvido dos mamíferos


Transição do ouvido dos répteis para os mamíferos era um mistério. Esqueleto de espécie desconhecida foi encontrado na China.

Um fóssil preservado de uma espécie até agora desconhecida ajudou cientistas a desvendar um mistério de quase 160 anos: como ocorreu a formação do ouvido médio dos mamíferos. O segredo estava escondido na mandíbula do animal de 120 milhões de anos.

O autor do estudo, Jin Meng, explicou ao G1. “Esse fóssil nos oferece pela primeira vez os detalhes da transição da formação do ouvido médio”, disse ele, que trabalha no Museu de História Natural de Nova York, nos Estados Unidos, e é parte da Academia Chinesa de Ciências.

Esqueleto preservado do animal  (Foto: Divulgação/Nature)Esqueleto preservado do animal (Foto: Divulgação/Nature)
Os paleontólogos sabiam que os répteis têm apenas um osso pequeno – um “ossículo”, chamado de “estribo” -- no ouvido médio. E que os mamíferos, como nós, possuem múltiplos ossos como esses – os principais, conhecidos como “estribo”, “bigorna” e “martelo” (eles recebem esses nomes porque, de fato, se parecem com esses objetos).
Como uma coisa evoluiu para a outra, no entanto, era um mistério para o qual os cientistas possuíam somente hipóteses. Apenas agora, com a descoberta de uma espécie inédita na China, conhecida como Liaoconodon hui, “evidências inequívocas”, como diz Meng, foram encontradas.
O bicho mostra como uma estrutura conhecida como “cartilagem de Merckel” serviu de “ponte” para a formação de ossos que serviam tanto para a mastigação quanto para a audição.
“A formação do martelo, estribo e bigorna é uma das distinções clássicas entre répteis e mamíferos”, explica Meng.
Segundo o pesquisador, o estudo foca em uma “pequena, mas importante” parte do esqueleto do Liaoconodon hui, e que outras descobertas sobre a evolução dos mamíferos ainda podem surgir do espécime.

Fonte: http://g1.globo.com/vc-no-g1/

Sambaquis - O que é?

Os sambaquis são depósitos de materiais orgânicos e calcários feitos ao longo do período por homens que viveram antigamente em suas proximidades. São formados por conchas, objetos de cerâmica, madeira, pedra, esqueletos humanos, restos de ossada animal, vestígio de fogueira e outros.
São encontrados em quase toda a costa brasileira e descobertos na década de 70, com tamanhos e formas variáveis. 
Os sambaquis mais antigos que se conhece são datados há 5.500 anos com aproximadamente 20 metros de altura e 100 metros de diâmetro. Os povos dos sambaquis, como eram chamados, viveram na costa brasileira, nos Estados Unidos, no Peru, no Chile e na Cordilheira dos Andes.
Eram pessoas de baixa estatura e dentes desgastados. Viviam em colônias nômades de cem habitantes no máximo. Viviam da coleta de recursos naturais e até da agricultura, onde queimavam um local para o cultivo e após o esgotamento do solo mudavam para outra localidade.


SÍTIO ARQUEOLÓGICO

Sítio arqueológico é um local, ou grupo de locais (cujas áreas e delimitações nem sempre se podem definir com precisão), onde ficaram preservados testemunhos e evidências de actividades do passado histórico (pré-histórico ou não) e que são avaliados e estudados segundo a disciplina da arqueologia.
Exemplos de sítios arqueológicos podem ser cidades antigas, necrópoles, túmulos, etc.


Sítios mais conhecidos

Os sítios mais conhecidos e estudados encontram-se na Europa, sobretudo França e no norte da Espanha, na região denominada franco-cantábrica; em Portugal, na Itália e na Sicília; Alemanha; Balcãs; Roménia e Índia. No norte mediterrâneo da África; na Austrália e Sibéria são conhecidas milhares de localidades, porém não tão estudadas, como é o caso do Brasil


Escavação arqueológica no Castelo de Silves.
Fonte: pt.wikipedia.org

ARQUEÓLOGO E ESCAVAÇÃO

Os procedimentos no sítio arqueológico possibilitam a conservação e análise dos achados. A escavação arqueológica constitui-se da aplicação de métodos e técnicas, a observação aguçada é extremamente necessária, só assim o pesquisador compreenderá o achado.
A escavação e os procedimentos in situ
"Escavar um sítio arqueológico é como comer um delicioso bolo que contém as sucessivas camadas de nossa História" . Talvez seja esta a melhor forma de ilustrar um sítio arqueológico.
O solo é composto de diversas camadas, como se fosse um grande bolo. Em uma escavação arqueológica, cada uma destas camadas contém um recheio, um recheio misterioso e fascinante. O arqueólogo é o único profissional qualificado para escavar e analisar um sítio arqueológico. Para se escolher o melhor lugar onde realizar a escavação, deve-se analisar as condições do solo, ele deve estar mais conservado possível, para que possa ser adequadamente estudado. Ao falarmos de um solo "conservado", queremos dizer que o mesmo precisa se encontrar acomodado, não ter sido "revirado".
Geralmente data-se um artefato levando em consideração sua localização nas camadas da escavação, isso quer dizer que achados que se encontram na superfície do buraco são mais recentes, já os objetos que estão em camadas mais profundas são mais antigos. Mas o arqueólogo leva em conta também as possíveis agressões que o terreno sofreu durante as sucessivas ocupações do local. Habitantes da região podem ter feito suas próprias "escavações", construindo aterros para colocar seu lixo, tumbas para seus mortos... Animais como tatus, formigas, cupins, são escavadores natos e também causam transtornos aos especialistas em arqueologia.
No sítio arqueológico geralmente é montado um mini-laboratório, para que se possa fazer as primeiras observações e catalogações dos achados. Por fim os cientistas deixam uma porção do sítio intacta, a mesma é chamada de área testemunho. Estará permitindo uma retomada das pesquisas no futuro, a partir de novas abordagens e talvez dispondo de novas tecnologias. O arqueólogo é um estudioso voltado à preservação da herança cultural humana.
A Imagem que se encontra no topo da página ilustra três partes importantes da escavação arqueológica: 1=Identificação do sítio através de vestígios superficiais, 2=Início da escavação, 3=Achado arqueológico (no caso um sepultamento).
A profissão de arqueólogo
Onde trabalham os arqueólogos? Que funções eles executam? A seguir estão descritas as respostas para estas questões.
O profissional da área de arqueologia pode trabalhar em:
• pesquisa, realizando estudos para institutos de pesquisa, museus e universidades para identificar traços da cultura e dos costumes de antigas civilizações;
• universidades, lecionando em cursos de graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado) e orientando teses dos alunos;
• em preservação e recuperação do patrimônio histórico — prédios ou regiões tombadas como patrimônio histórico e cultural da União;
• prestação de serviços em assessoria e consultoria para empresas — na área de engenharia, para coleta de objetos arqueológicos em áreas onde poderão ser realizadas grandes obras, como estradas e hidrelétricas;
• em empresas ligadas à preservação do patrimônio histórico.

As 10 maiores descobertas da Arqueologia Bíblica

O arqueólogo Walter Kaiser enumera as seguintes descobertas como sendo as dez mais importantes da arqueologia Bíblica:

1. Os amuletos de Ketef Hinnon, contendo o mais antigo texto do Antigo Testamento (séc. VII a.C.);

2. O Papiro John Rylands, contendo o mais antigo texto do Novo Testamento (125 A.D.);

3. Os manuscritos do Mar Morto;

4. A pintura de Beni Hasan, revelando como era a cultura patriarcal 19 séculos antes de Cristo;

5. A estrela de basalto de Dã, descoberta em 1993, que provou, sem sombra de dúvidas, a existência do rei Davi;

6. O tablete 11 do épico de Gilgamés, descoberto, em 1872, por George Smith, que provou a antigüidade do relato do dilúvio;

7. 
O tanque de Gibeão (mencionado em 2 Samuel 2:13 e Jeremias 41:12), descoberto em 1833, por Edward Robinson;

8. O selo de Baruque, descoberto em 1975, provando a existência do secretário e confidente do profeta Jeremias;

9. O palácio de Sargão II, rei da Assíria mencionado em Isaías 20:1, descoberto em 1843, por Paul Emile Botta, de cuja existência os
historiadores seculares duvidavam até essa descoberta;

10. O obelisco negro de Salmaneser.


Fonte: http://www.arqueologiadabiblia.com/


Um elo perdido na Amazônia

Novas descobertas sobre um povo misterioso que habitou a região da fronteira com a Bolívia e desapareceu há 700 anos

Edson Caetano
Traços de uma cultura
As formas circulares e quadrangulares delimitavam o espaço das aldeias, conectadas entre si e a mananciais de água


É uma descoberta arqueológica fascinante: um povo desconhecido habitou a fronteira do Acre com a Bolívia entre os séculos I e XIV. Os primeiros vestígios de sua cultura foram descobertos por acidente pelo arqueólogo Ondemar Dias, em 1977. Ao procurar resquícios da Guerra do Acre, travada com a Bolívia de 1899 a 1903, ele percebeu no solo valas que delimitavam áreas circulares ou quadrangulares. Em geral, elas têm o tamanho de um quarteirão, são conectadas entre si e a mananciais de água. Em uma extensão de 250 quilômetros, foram identificadas 255 dessas estruturas, que os cientistas chamam de geóglifos, palavra que funde os vocábulos gregos para "terra" e "marca". As valas abertas por esse povo antigo eram cercadas por muros de terra, de até 1,5 metro de altura, que ajudavam na defesa contra inimigos e animais. Só há três anos esses sítios começaram a ser escavados. Os resultados da investigação feita por pesquisadores brasileiros e finlandeses foram divulgados na última edição da revista Antiquity,uma prestigiada publicação inglesa de arqueologia.
Edson Caetano
Rosto do passado
O primeiro e o mais completo artefato encontrado nos sítios arqueológicos ficou conhecido como Vaso da Careta

Uma versão revista e ainda inédita desse trabalho lança mais luz sobre esses antigos moradores da floresta. Ela se debruça sobre as descobertas de fragmentos de utensílios. Um deles é de madeira e contém marcas de entalhe, como pequenas incisões. Duas pedras polidas podem ter sido usadas como lâminas de machado. Embora seja um artefato comum em várias regiões da Amazônia, no caso do povo perdido do Acre ele carrega uma informação adicional. Como o solo daquela região não contém pedras desse tipo, os pesquisadores inferiram que os antigos acrianos as adquiriram por meio de comércio ou de saque. As descobertas mais relevantes são, porém, artefatos e cacos de cerâmica. Por serem fruto de um processo fabril, eles permitem identificar o estágio de desenvolvimento do grupo desaparecido. Nos anos 70, já havia sido encontrado um vaso em ótimo estado, que exibia uma face desenhada. As escavações recentes trouxeram à tona um pequeno recipiente intacto, mas que não apresenta nenhuma decoração. Foi possível, no entanto, remontar os cacos do bocal de outro vaso com desenhos geométricos. Embora revelem algum nível de sofisticação, essas peças são bem mais primitivas do que as atribuídas a culturas desse período: a marajoara e a tapajoara, que deixou resquícios no norte e no oeste do Pará.
Sanna Saunaluoma
Riscos e espirais
As escavações revelaram uma cerâmica ornamentada, além de artefatos de madeira e pedra

Outra novidade é que, entre a versão preliminar do trabalho, finalizada em 2007, e a atual, foram localizados mais de cinquenta geóglifos que estavam encobertos pela vegetação. O desmatamento possibilitou que as estruturas se tornassem visíveis e pudessem ser captadas pelo Google Earth, o programa do Google que mostra as imagens da Terra captadas por satélite. O número de valas identificadas permitiu que se estimasse que o povo desaparecido era composto de 60000 pessoas, no mínimo. Além disso, foi possível verificar simetrias entre os geóglifos. Muitos deles possuem diâmetro idêntico. "Quem os construiu deve ter usado cálculos matemáticos e instrumentos de medição, o que denota uma população complexa e organizada", diz a antropóloga Denise Schaan, uma das responsáveis pela pesquisa. De acordo com ela, esse padrão indica que o povo teria uma orientação central - uma espécie de governo que se sobreporia aos chefes das aldeias que viviam em cada geóglifo. Essa também é uma característica dos índios do tronco aruaque, que habitavam outras partes da América do Sul, além do Caribe e da Flórida.
Se forem confirmadas, essas suposições enterrarão a tese de que a floresta equatorial seria inóspita demais para a sobrevivência de povos relativamente avançados. Formulada há sessenta anos pela americana Betty Meggers, ela influenciou as pesquisas feitas desde então e sepultou o mito de que a região teria abrigado uma civilização muito rica. Essa lenda encantou os primeiros colonizadores europeus, que se embrenharam na mata em busca do Eldorado. Há menos de um século, ainda arrebatava aventureiros como o inglês Percy Fawcett, que desapareceu na floresta em 1925 enquanto procurava a cidade que chamava de Z e cuja história será levada ao cinema pelo ator Brad Pitt. O povo que habitou o Acre até o século XIV em nada se assemelha com o idealizado pelos desbravadores do passado. Eles nem sequer conheciam metais. Mas, ainda assim, seus traços denotam uma cultura mais elaborada do que se imaginava.
 Fonte: http://veja.abril.com.br/