quinta-feira, 14 de abril de 2011

Civilizações perdidas da Amazônia


Os primeiros relatos dos colonizadores europeus que navegaram pela região amazônica davam conta da existência de cidades douradas e de mulheres guerreiras. Falavam também de grandes tribos ao longo dos rios. Gaspar de Carvajal, padre que integrou a primeira expedição ao Amazonas, chefiada, em 1542, por Francisco Orellana, descreveu-as assim: “Não há distância de um tiro de balestra entre a última construção de uma aldeia e a primeira de outra. E nossos barcos navegam 5 léguas entre o início e o fim de cada aldeia”. O capitão Altamiro, da expedição de Aguirre, em 1559, arriscou um cálculo para estimar a população local. “Fomos recebidos por não menos que 300 canoas e em cada uma vinham dez índios.” Durante séculos esses relatos foram tomados como pura fantasia, até pela ciência.

De duas décadas para cá, porém, descobertas arqueológicas não deixam dúvidas de que a região abrigou cidades muito maiores do que as que foram descobertas pelos europeus, que mantinham entre si relações de poder e hierarquia, faziam alianças, comercializavam e, é claro, guerreavam. O indício mais recente dessas civilizações foi descoberto pelo arqueólogo Michael Heckenberger, da Universidade da Flórida. Em seu trabalho, publicado em outubro na revista americana Science, Heckenberger conta que localizou no Alto Xingu, nordeste do Mato Grosso, vestígios de grandes agrupamentos ligados por estradas e com construções sofisticadas, como pontes e barragens defensivas. “A complexa rede de comunicação entre as aldeias comprova a existência de uma grande civilização”, diz.
Carlos Fausto, antropólogo do Museu Nacional do Rio de Janeiro, co-autor do estudo, conta que foram mapeados 19 sítios arqueológicos da época pré-Cabral. “Algumas aldeias chegavam a ter 500 metros quadrados e abrigavam entre 7500 e 15000 habitantes”, afirma. Com o auxílio de satélites GPS (sigla em inglês para Sistema de Posicionamento de Global), o trabalho mapeou os caminhos que ligavam as aldeias. Eles tinham entre 10 e 50 metros de largura e até 5 quilômetros de extensão. “Pudemos localizar intervenções na paisagem original, como aterros, valas, barreiras de contenção”, afirma o pesquisador Heckenberger.
As cidades se pareciam com as aldeias atuais: as residências ficavam em torno de uma praça central, que servia como área para práticas religiosas. “No entorno dos povoamentos, encontramos fossos com até 3 metros de profundidade que, provavelmente, serviam para proteger os habitantes.” A conclusão derruba a teoria de que a Amazônia foi uma floresta virgem, intocada.
A pesquisa no Alto Xingu mostra apenas uma das várias sociedades complexas daquela região. “Elas existiam em outras partes da Amazônia, na Bolívia, no trecho do rio Amazonas quase inteiro, no médio e baixo Orinoco e em outras áreas”, afirma Michael Heckenberger. “Em 1492, a Amazônia era provavelmente uma área de enorme variabilidade cultural, com grupos regionalmente interligados.”

Berço do Brasil

Provas das complexas sociedades amazônicas não são propriamente novidade. A civilizaçãomarajoara, que prosperou entre os séculos 2 e 12, na ilha de Marajó, e a tapajônica, que ocupou a região de Santarém (ambas no Pará) até o século 16, são dois exemplos conhecidos. No geral, em todas houve grandes intervenções humanas na paisagem.
Os marajoaras, por exemplo, erguiam aterros com até 10 metros de altura e centenas de metros de comprimento sobre os quais construíam suas casas, tudo para evitar as cheias. “Havia intercâmbio entre as diferentes civilizações, como mostram os elementos comuns na iconografia e nas artes”, diz Eduardo Góes Neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP). A confluência dos rios Negro e Amazonas também abrigou uma grande civilização. Na região, estudada por uma equipe do MAE desde 1997, foram descobertos vestígios de atividade humana, como a terra preta, uma cobertura não natural, fruto do acúmulo de material orgânico, onde foram encontrados restos de cerâmica, pedra lascada e outros resíduos que indicam a presença do homem no local há até 3 mil anos. “Pelo volume de material encontrado, podem ter vivido ali cerca de 15 mil pessoas no século 16”, diz Eduardo.

Arqueologia via satélite

O uso do GPS (Sistema de Posicionamento Global) foi fundamental para a pesquisa do arqueólogo Michael Heckenberger. O equipamento fornece as coordenadas e a altitude de qualquer ponto na Terra. Com o sistema, foi possível mapear a dimensão das aldeias e descobrir as alterações no solo que foram encobertas pela vegetação. Só assim foi possível detectar o traçado das estradas (em vermelho), pontes (em azul) e valas (em preto). As áreas verdes representam a cobertura vegetal atual e as que aparecem em roxo são os rios e áreas alagadas

Geólogos americanos encontram artefatos do que pode ser a civilização mais antiga das Américas


Os artefatos datam de mais ou menos 15.500 anos atrás, o que pode colocar essa civilização antes mesmo do fóssil de Luzia, considerado o humano mais antigo das Américas. Geólogos da Universidade Baylor, junto com cientistas da Universidade A&M do Texas, encontraram vestígios arqueológicos do que pode ser a mais antiga evidência de ocupação humana das Américas. A descoberta foi feita em um sítio arqueológico localizado a 60 quilômetros de Austin, capital do Estado texano. 
“Essa descoberta reescreverá, por assim dizer, e mudará tudo o que sabíamos sobre a colonização pré-histórica das Américas do Sul, Central e do Norte”, afirmou o doutor Lee Nordt, reitor do Colégio de Artes e Ciências da Universidade Baylor e um dos autores do estudo. “O que diferencia este estudo é que conseguimos mostrar, usando métodos geológicos, que os artefatos encontrados datam de antes da era Clovis (tida como a mais antiga civilização americana). Isso demonstra, claramente, que o povoamento das Américas ocorreu muito antes do que se imaginava.” 
Pelos últimos 100 anos, arqueologistas norte-americanos acreditavam que o povo Clovis tivesse sido o primeiro a entrar nas Américas, há cerca de 13 mil anos. O Brasil contesta essa teoria, pois já foi encontrado, em Minas Gerais, um fóssil mais velho, o de Luzia, considerada a mais antiga representante dos povoadores da América e com idade calculada entre 11.400 e 16.400 anos - mas, ao contrário dos Clovis, os novos artefatos datariam de 15 mil anos atrás. 
No sítio arqueológico Debra L. Friedkin, no centro do Estado do Texas, os pesquisadores encontraram cerca de 16 mil artefatos pertencentes a esse povo. A maior parte eram restos de alguma manufatura, mas 50 deles eram ferramentas, como facas e projéteis. Sua idade está estimada em cerca de 15.500 anos. 
A descoberta se transforma na maior e mais antiga coleção de artefatos sobre a ocupação humana nas Américas datando de antes do período Clovis. Os exemplares coletados foram analisados e estudados em laboratório, comprovando não apenas a idade dos artefatos, como o fato de que eles permaneceram intocados por todo esse tempo, desde o que em que foram descartados. 
“Não existe nenhuma evidência de que tenha havido erosão ou movimentação do solo quando o sítio foi formado que possa ter redistribuído significantemente o material arqueológico”, disse o professor Steve Driese, integrante do grupo de pesquisa. “Essa decoberta foi essencial. Existe uma série de fósseis e artefatos arqueológicos encontrados tanto na América do Sul quanto na do Norte que datam de antes do período Clovis, mas as evidências eram poucas. Este estudo comprova que havia uma civilização americana de fato antes do que se pensava.” 
Os geólogos da Universidade de Baylor também afirmam que não há dúvidas de que os artefatos tenham sido manufaturados por pessoas. Apesar disso, mais pesquisas precisarão ser feitas no local para definir quem era esse povo, de onde vieram e como se adaptaram àquele ambiente específico. O estudo também abre a oportunidade para que se entenda mais a civilização Clovis.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Pirâmides na Bósnia

A cada ano novos e intrigantes sítios arqueológicos vão sendo descobertos em todo o mundo. Pirâmides nas florestas tropicias sul-americanas, no interior da China, nos mares do Japão e outros locais vão evidenciando que o passado da Humanidade não é exatamente como nossos livros de ciência contam.

Agora, para impressionar mais ainda, foram descobertos, há alguns anos, estruturas piramidais nos Bálcãs, mais precisamente na Bósnia-Herzegóvina, sofrido país europeu e muçulmano que se independizou após sangrente guerra.

Inúmeros cientistas têm desmentido que essas “pirâmides naturais” sejam obra de mãos humanas. No entanto, recentes descobertas de alguns pesquisadores, entre os quais o jovem arqueólogo bósnio Semir Osmanagic, na cidade de Visoko, a noroeste da capital Sarajevo, confirmam que as diversas pirâmidas naturais não são tão naturais assim: foram encontrados ao longo das montanhas blocos criados por alguma civilização avançada.

Esses blocos já descobertos pesam no mínimo 7 toneladas, e algumas chegam a alcançar 23 toneladas cada. Osmanagic, eufórico, afirma: “O complexo das pirâmides é similar aos do Peru, do México e da Bolívia”.

Semir Osmanagic explica que o complexo de pirâmides abriga no mínimo quatro estruturas piramidais de portes gigantescos, batizadas com os nomes de pirâmides do Sol, da Lua, do Dragão e do Amor.
Em todas essas pirâmides, Osmanagic informa que foram achadas, além de pedras esculpidas por seres humanos e degraus, portas, corredores e passadiços, também tábuas de pedra contendo inscrições com símbolos ainda não decifrados, como podemos observar nas imagens do GnosisOnline no site Flickr.

Se aceitas oficialmente pela arqueologia moderna – coisa difícil, dado o ceticismo crônico da ciência moderna -, essas serão as primeiras pirâmides europeias descobertas, fazendo crer que essas estruturas estão literalmente espalhadas por todos os continentes, à exceção da Oceania. Por enquanto.

Assista o vídeo e veja as pirâmides bósnias e seus detalhes arqueológicos.



Fonte: http://www.gnosisonline.org/

Descoberto ancestral distante do crocodilo no RS

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB/RS) anunciaram a descoberta de fósseis de um parente distante dos crocodilos atuais que viveu há 240 milhões de anos e tinha hábitos gregários, desconhecidos até agora.

A novidade científica foi descrita em artigo assinado pelo doutorando em Biologia da USP de Ribeirão Preto Marco Aurélio Gallo de França, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), seu orientador Max Cardoso Langer e o paleontólogo Jorge Ferigolo, da FZB/RS, publicado pela revista alemã Naturwissenschaften no dia 29 de março e apresentada pelos autores à imprensa brasileira, em Porto Alegre.

O material foi encontrado no município de Dona Francisca, na região central do Rio Grande do Sul, pelos paleontólogos Jorge Ferigolo, Ana Maria Ribeiro e Ricardo Negri, do Museu de Ciências Naturais da FZB/RS, que faziam buscas na região com apoio do Projeto Pró-Guaíba, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em 2001.

O grupo conseguiu remover um bloco de rocha de meia tonelada no qual estavam crânios de predadores do Triássico. Os fósseis ficaram depositados no museu e, em 2007, passaram a ser estudados por França, Langer e Ferigolo. As conclusões começaram a ser publicadas agora e, segundo os autores, indicam a descoberta de uma nova espécie, com tamanho próximo de 2,5 metros de comprimento, pertencente ao grupo de répteis denominado de Rauisuchia, ao qual estão associados os parentes distantes dos crocodilos.

A novidade, no entanto, está nos hábitos do animal, mais complexos que os descritos para o grupo dos arcossauros, ao qual pertencia, da mesma era. "Pensava-se que os Raiusuchia eram do topo da cadeia alimentar e viviam sozinhos. A descoberta de que uma das espécies vivia em conjunto quebra esse paradigma", avalia França.

Os fósseis estudados pelos pesquisadores indicam que o réptil tinha atividades grupais como, possivelmente, a caça. Os estudiosos chegaram a esta conclusão pela observação do material. Dos restos de dez indivíduos encontrados, nove estavam sobrepostos. "Isso indica um comportamento social; eles estavam próximos antes de morrer", afirma o doutorando.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,descoberto-ancestral-distante-do-crocodilo-no-rs,700089,0.htm

Homossexual das cavernas descoberto por arqueólogos checos

Esqueleto foi enterrado seguindo as tradições femininas de 5 mil anos atrás!

Equipa de arqueólogos checa descobre esqueleto de um homem, mas com a cabeça virada a oeste, deitado sobre o lado esquerdo, sem armas e com vasos ovais ao lado. Segundo costumes da época (Idade do Bronze), estes factos indicam que o homem era homossexual ou travesti.

A descoberta – numa escavação perto de Praga – mereceu honras de publicação na prestigiada revista Time. Os arqueólogos julgam que estão perante um homossexual que viveu entre os anos 2900 e 2500 antes de Cristo.

A confirmar-se esta teoria, com fortes argumentos a suportá-la, estaremos perante o primeiro homossexual da História. A líder da equipa de arqueólogos que chegou a estas conclusões não acredita que tenha havido um equívoco no funeral do homem, enterrado segundo as tradições reservadas a uma mulher.

“Nesse período, as pessoas levavam os funerais muitíssimo a sério. A História e a etnologia dizem-nos que não é crível que, numa cerimónia como esta, tenha havido algum equívoco”, realça Kamila Vesinova.

As conclusões não podem, no entanto, ser definitivas. Os investigadores acreditam que estão perante um homossexual, um travesti ou um homem que era visto na sociedade com as características de uma mulher.

Fonte:http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/inacreditavel/2011/04/07/272881-homem-das-cavernas-gay-e-descoberto-na-republica-tcheca

Cientista descobre fóssil de inseto com 315 milhões de anos

Inseto deixou cópia na lama, que petrificou

Cerca de 315 milhões de anos atrás, um inseto pousou num lugar enlameado, ficou ali por um tempo e saiu voando.
Espantosamente, a impressão daquele inseto na lama, com aproximadamente 3,8 cm de comprimento, se solidificou e sobreviveu até hoje.
"Ele deixou uma cópia perfeita de seu corpo", disse Richard J. Knecht, curador-assistente do Museu de Zoologia Comparativa de Harvard, que descobriu o fóssil em rochas de arenito no Sudeste de Massachusetts.
"Praticamente tudo está ali, exceto pelas asas."
Já foram encontrados fragmentos de insetos voadores - no geral, apenas as asas - datando de até 325 milhões de anos atrás. O fóssil de Massachusetts oferece a visão mais antiga, e talvez de melhor qualidade, de um inseto voador da antiguidade. Knecht procurava por fósseis perto de um pântano e encontrou um afloramento de rocha promissor. "O primeiro pedaço que peguei estava naturalmente fendido", contou. "Eu o abri como um livro, e ali estava o fóssil, as duas metades, como num molde".
Knecht explicou que, há 315 milhões de anos, este lugar era próximo à lateral de uma montanha acentuada, onde sedimentos se acumulavam rapidamente. Logo depois de o inseto voar dali, a marca foi enterrada e preservada.
Pelo formato do inseto, Michael S. Engel, entomologista da Universidade do Kansas, o identificou como da classe Ephemeroptera, um dos primeiros grupos de insetos voadores. "Ele seria bastante similar aos insetos de hoje", afirmou Knecht.
Knecht, Engel e Jacob S. Benner, paleontólogo da Tufts University, descreveram a impressão do fóssil num artigo publicado em "The Proceedings of the national Academy of Sciences".

Fonte: New York Times
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5074326-EI8147,00-Descoberto+fossil+de+inseto+com+milhoes+de+anos.html

Pré-história pulsa no Parque Nacional Serra da Capivara - Piauí


Percorrer as trilhas do Parque Nacional Serra da Capivara, no sudeste do Piauí, é como viajar rumo à pré-história do território que hoje constitui o Brasil. A reserva, reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, abriga a maior concentração de sítios arqueológicos conhecidos de todo o continente americano %u2014 são 976 %u2014, com direito a fósseis da extinta megafauna e múmias de crianças indígenas sepultadas há milhares de anos.

Embora a principal atração do parque seja a arte rupestre, os paredões verticais e os cânions também saltam aos olhos. Imponentes monumentos naturais, como a Pedra Furada, fazem da serra um museu a céu aberto cercado de uma paisagem exuberante, apesar de se situar em pleno semiárido brasileiro.

A cidade mais próxima dali é São Raimundo Nonato, que abriga o moderníssimo Museu do Homem Americano, oferece boas opções de hospedagem e uma deliciosa culinária típica, baseada na carne de bode. Pegue a estrada e encare essa aventura.

Parque é santuário da arte rupestre


Mesmo depois de milhares de anos, as pinturas do Parque Nacional Serra da Capivara continuam nítidas, o que intriga os pesquisadores. Figuras mostram caça, danças, rituais, sexo e animais da antiga fauna local, como o mamífero que dá nome à região.

O sudeste do Piauí é um excelente destino para quem gosta de história e mistério. No Parque Nacional Serra da Capivara, estão catalogados, atualmente, 976 abrigos naturais apontados como sítios arqueológicos — também chamados de tocas —, 654 deles com pinturas rupestres. Entre esses últimos, 172 estão abertos à visitação. Paga-se R$ 10 por dia para ter acesso a uma infinidade de trilhas, além de R$ 50 pelo serviço do guia (o preço vale para um grupo de até 10 pessoas). Mas são tantas opções que torna-se impossível conhecer todas elas em um dia. Por isso, o ideal é reservar pelo menos uma semana para a viagem.

A capivara, espécie que habita as margens de rios e lagos, apesar de dar nome ao parque, deixou de viver na região há milhares de anos. Só é vista em imagens gravadas nos abrigos. Assim como ela, outros animais desenhados nas rochas — como o veado-galheiro e a tartaruga gigante — comprovam que o sertão do Piauí já foi uma região de clima tropical úmido. Além da fauna pré-histórica, as pinturas rupestres retratam o cotidiano dos antigos habitantes da região, com cenas de caça, dança, rituais e sexo.

Pesquisadora da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), a arqueóloga Gisele Daltrini Felice explica que, até o momento, só se conhece a matéria-prima do pigmento básico das pinturas. A cor vermelha, predominante nas figuras piauienses, se deve ao minério de ferro retirado das rochas da região. Mas o fixador da tinta, que permitiu à arte rupestre permanecer tão nítida por milhares de anos, ainda é uma incógnita para a ciência.

As pinturas por si mesmas já justificariam incluir a Serra da Capivara no seu próximo roteiro de férias. Mas esse universo encantador vai muito além da superfície dos desenhos. Quem embarca nessa aventura pode se surpreender tanto com as descobertas paleontológicas quanto com a beleza da caatinga. Conheça a seguir os principais pontos a serem visitados, destacados por importância histórica, beleza natural e facilidade de acesso.

Patrimônio cultural

Simplesmente imperdível é o roteiro conhecido como circuito do Boqueirão da Pedra Furada, em que as principais atrações são adaptadas a cadeirantes, com rampas e passarelas. O acesso à entrada principal do parque se dá pela BR-020, no pequeno município de Coronel José Dias (a 36km de São Raimundo Nonato). Os turistas contam com um centro de totalmente estruturado, com lojas de suvenires, um minimuseu de peças paleontológicas, banheiros e uma lanchonete.

Uma curta caminhada leva ao Boqueirão da Pedra Furada, sítio que abriga a mais importante e mais polêmica descoberta arqueológica na região: vestígios de uma fogueira com datação de 50 mil anos. Suas paredes abrigam pinturas sobrepostas, nas cores vermelha, branca e amarela, de diferentes épocas de ocupação. Esse passeio é o único que pode ser feito à noite. O visual dos desenhos primitivos sob a luz de refletores, em meio ao barulho dos bichos noturnos na mata, é emocionante. O passeio tem custo de R$ 50 por grupo de até 12 pessoas.

Imagem mais famosa da serra, a Pedra Furada não pode ficar de fora do roteiro. Ao pé do monumento natural, há um anfiteatro, palco do Festival Cultural Acordais, realizado no início do mês de novembro, com muita música, dança e teatro apresentados por artistas locais e nacionais. O local já abrigou eventos internacionais e serviu de cenário para gravações de uma parte do filme Onde está a felicidade?, dirigido por Carlos Alberto Riccelli e estrelado pela atriz Bruna Lombardi. A produção tem previsão de lançamento para este ano.

Perto dali está a Toca do Sítio do Meio, a segunda mais importante do parque. Nela, foram encontrados os vestígios de uma fogueira com datação de 22 mil anos e a machadinha de pedra polida mais antiga das Américas. As pinturas rupestres do local estão desgastadas, mas ainda dá para identificar registros importantes, como o desenho de um ser humano coletando mel, segundo interpretações dos historiadores.

A jornalista Gabriela Lima do Correio Brasiliense viajou a convite da Assimptur, da Gol e da Associação São-Raimundense dos Empreendedores de Turismo.

Fonte: http://www.saoraimundo.com/noticias/headline.php?n_id=10090